quarta-feira, 30 de novembro de 2011

O CHAMADO DE EZEQUIEL

O chamado de Ezequiel veio a ele em 593 aC, o quinto ano do reinado de Joaquim. A última data dada por oráculo (29.17) é, provavelmente, 571 aC, fazendo de seu ministério cerca de vinte anos de duração.

A morte de sua esposa ocorreu ao mesmo tempo da destruição de Jerusalém, em 587 aC (24.1,15-17). Exilado por ocasião do segundo cerco de Jerusalém, por volta de sua iminente e completa destruição, incluído a partida da presença de Deus. Partes foram também, aparentemente escritas após a destruição de Jerusalém.

Conteúdo
A personalidade de Ezequiel reflete uma força mística. A proximidade de seu contato com o Espírito, suas visões e a freqüência com a qual a palavra do Senhor vinha até ele fornecem uma conexão entre os profetas extáticos mais antigos e os profetas e escritores clássicos. Suas experiências espirituais também anteciparam a atividade do ES no NT. A ele adequadamente pertence o título de “carismático”.


A mensagem de Ez foi endereçada ao resto dos pervertidos de Judá exilados na Babilônia. A responsabilidade moral do indivíduo é um tema de primeira importância em sua mensagem. A responsabilidade coletiva não mais resguarda o indivíduo. Cada um deve aceitar uma responsabilidade pessoal pela desgraça da nação.

Cada um é responsável pelo seu pecado individual (18.24). Foi o peso do pecado acumulado de cada indivíduo que contribui para o rompimento do concerto de Deus com Israel, e cada qual leva uma porção da culpa pelo julgamento que resultou no exílio.
O livro está facilmente dividido em três seções: o julgamento de Judá (4-24), o julgamento das nações pagãs ( 25-32) e as futuras bênçãos pelo concerto de Deus com o povo (33-48).

Dois temas teológicos agem como um equilíbrio no pensamento do profeta. Na doutrina do homem em Ez, ele colocou a ênfase no dever pessoal (18.4: “a alma que pecar, essa morrerá”).

Por outro lado, ele enfatizou a graça divina no renascimento da nação. O arrependimento do remanescente fiel entre os exilados resultaria na recriação de Israel a partir dos ossos secos (37.11-14). O divino Espírito os estimularia a uma nova vida. Por essa ênfase no ES na regeneração, Ez antecipava a doutrina do NT do ES, especialmente no Evangelho de João.

O Espírito Santo em Ação
Quer a revelação profética seja apresentada simbolicamente em visões, sinais, ações de parábolas ou em fala humana, Ez reivindica por eles o poder e a autoridade do ES. Além disso, há inúmeras referências ao Espírito de Deus no livro. Alguém pode quase que caracterizar o Livro de Ez como “os Atos do ES” no AT. Várias dessas referências merecem uma tenção em especial.


Em 11.5, o profeta afirma autobiograficamente que o Espírito do Senhor “caiu” sobre ele e lhe “disse”. O oráculo que segue é, desse modo, a Palavra de Deus nas palavras de Ezequiel, inspirado pelo ES. O mesmo (11.24) apresenta o Espírito como ativo em uma visão: “Depois, o Espírito me levantou e me levou em visão à Caldéia, para os do cativeiro.”
Talvez a situação melhor conhecida da atividade do Espírito esteja no cap. 37, a visão do vale dos ossos secos: “Veio sobre mim a mão do Senhor; e o Senhor me levou em Espírito, e me pôs no meio de um vale que estava cheio de ossos...”(v.1) A visão subseqüente relata o renascimento espiritual do restante do ovo que estava, até então, no exílio.

Um aspecto final da ação do Espírito na vida do profeta é achado em 36.26: “E vos darei um coração novo e porei dentro de vós um espírito novo.” Não é somente um ato externo do Espírito o “cair sobre” alguém, mas também a profetizada experiência subjetiva da presença do Espírito dentro, tal como Ezequiel inigualavelmente experimentou quando o Espírito “entrou” nele (2.2). Ezequiel antecipou a experiência do concerto do “novo nascimento”, o qual seria dado pelo Espírito.

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