quinta-feira, 29 de agosto de 2013

COMENTÁRIO FALANDO SOBRE A CARTA DE JUDAS 1° PARTE



Comentário da carta de Judas JUDAS, servo de Jesus Cristo, e irmão de Tiago, aos chamados,santificados em Deus Pai, e conservados por Jesus Cristo: Misericórdia, epaz, e amor vos sejam multiplicados. Judas identifica-se com os destinatários da carta e demonstra serirmão na carne de Jesus. Perceba que ele não utiliza o fato de ter sidoirmão na carne de Cristo para se arrogar no direito de escrever naqualidade de apóstolo.

Judas e Tiago eram filhos de Maria e José e, por sua vez, irmãos deCristo"Não é este o filho do carpinteiro? e não se chama sua mãe Maria, eseus irmãos Tiago, e José, e Simão, e Judas?"(Mt-13.55).Observe que Judas não se arroga no direito de ser tido por apóstolode Cristo (v.17), porém demonstra que submeteu-se ao senhorio deCristo, como todos os outros cristãos"Judas, servo de Jesus Cristo..."(v.1).Foi na condição de servo (um dos seguidores de Cristo), que Judasescreveu aos 'chamados', ou seja, àqueles que ouviram a mensagemdo evangelho.Através da mensagem do evangelho, os cristãos foram chamadospara pertencer ao Senhor (Rm. 1:6). Por pertencerem ao Senhor Jesus, os cristãos passaram a ser nomeados santos, nome este quedecorre da nova condição em Cristo (Rm. 1.7)

.Os homens que aceitam a proposta do evangelho (chamados) porintermédio da fé, são santificados em Deus Pai. Como se dá asantificação em Deus Pai? Os que são chamados, ou seja, que ouvema mensagem do evangelho, recebem poder para serem feitos(criados) filhos de Deus Jô. 1.12.Esta nova criatura proveniente do poder criativo de Deus pertence e éde uso exclusivo de Deus (Ef. 4, 24; 2ªCo. 5.17.

Enquanto a velhacriatura proveniente da semente corruptível de Adão é toda empecado, a nova criatura é proveniente da semente incorruptível, queé a palavra de Deus, toda em justiça e santidade (1ªPe. 1.23; Ef.4.24).A raiz da qual se origina a palavra 'santificados', e outras correlatas, éproveniente do vocábulo grego "hágios", e significa 'o sublime', 'oconsagrado', 'o venerável', sem qualquer referência à moral ou aocomportamento.Quando o 'servo' de Jesus, Judas, escreveu que os cristãos 'sãosantos', ele utilizou a raiz do vocábulo grego 'hagios', demonstrando1


que os cristãos eram verdadeiramente santos, por terem sido de novocriados participantes da natureza divina (2ªPe. 1.4), em verdadeira justiça e santidade.Em momento algum vemos a idéia de gradação na santificação, ouque a santificação é um processo. A idéia de que a santificação é umprocesso decorre do trabalho de lexicógrafos, que, ao longo dos anosvêm 'amalgando' ao significado da palavra santidade 'aquilo quemerece e exige reverência moral e religiosa'.Na salvação não há qualquer participação do homem, visto que, paraa salvação, é preciso nascer de novo. Para ser salvo, basta ao homemcrer na mensagem do evangelho, e Deus há de operar o milagre daRegeneração, a sua obra perfeita (Jo-6.29).

Desta forma, segue-se que os de novo nascidos, segundo a sementede Deus, são guardados em Jesus Cristo, como bem demonstrou oapóstolo Paulo:"E o Deus de toda a graça, que em Cristo Jesus voschamou à sua eterna glória,depois de haverdes padecido um pouco,elemesmo vos aperfeiçoará, confirmará, fortificará e fortalecerá"(1ªPe.5.10).É Deus quem chamou os cristãos à sua eterna glória, por intermédiodo evangelho de Cristo, e ele mesmo há de conservá-losirrepreensíveis, até a vinda de Cristo (1ªTs.

5.23 e 24).Quando Judas saudou os cristãos nos mesmos moldes que osapóstolos, ele o fez confiado em que Deus haveria de multiplicarmisericórdia, paz e amor.A misericórdia, a paz e o amor decorrem do evangelho de Cristo.Quando Judas solicita a Deus que se multipliquem estas benessespresentes no evangelho, ele tem em mente a mesma oração doapóstolo Paulo:"E oro para que, estando arraigados e fundados em amor,possais perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja alargura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade"(Ef. 3. 18).

O amor de Cristo já foi derramado sobre os cristãos em misericórdia,paz e caridade, porém, é preciso compreender qual a dimensão desteamor. A compreensão revelará as benesses que foram concedidassem medida.“Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca dasalvação comum,tive por necessidade escrever-vos,e exortar-vos abatalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos. Porque se introduziramalguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homensímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus, e negam a Deus,único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo”. Judas demonstra que a sua epístola é fruto de uma necessidade.2


Por causa de alguns homens ímpios, ele viu-se obrigado a concitar oscristãos a lutarem incessantemente pelas verdades do evangelho.Através destas frases fica demonstrado que, por ser irmão na carnede Cristo, Judas não se considerava privilegiado quanto à salvação.A salvação é algo comum a todos quantos, em todos os lugares,invocaram a Cristo como Senhor"À igreja de Deus que está em Corinto,aos santificados em Cristo Jesus,chamados santos,com todos os que emtodo o lugar invocam o nome de nosso SENHOR Jesus Cristo, Senhor delese nosso:"(1ªCo. 1. 2).

Judas sentiu a necessidade de concitar os cristãos a batalharem pelafé, ou seja, a lutarem pela doutrina do evangelho, quando percebeuque algumas pessoas que se diziam cristãs estavam pervertendo amensagem do evangelho.Estes indivíduos que se introduziram em meio ao ajuntamento solenedos que professavam a fé em Cristo e que estavam ensinandodoutrinas provenientes de uma concepção ímpia, jamaisconseguiriam conspurcar a Igreja de Deus.Não podemos confundir o ajuntamento solene de pessoas, onde osímpios também podem comparecer, com a Igreja de Deus, que éformada somente por aqueles que se tornaram membros do corpo deCristo pela fé.

Os homens que comparecem ao ajuntamento solene dos cristãos,fazem isso dissimuladamente, procurando transtornar o evangelho,impondo a libertinagem, e negam a Cristo, único Senhor e Deus.Desde que iniciou-se a proclamação do evangelho aos povos, osseguidores de Jesus foram perseguidos e confrontados com outrasdoutrinas. Num primeiro momento, os cristãos foram atacados pelos judaizantes, que alegavam ser necessário aos cristãos circuncidarem-se e guardar a lei, embora Jesus não tenha dado mandamento algum:"Porquanto ouvimos que alguns que saíram dentre nós vos perturbaramcom palavras, e transtornaram as vossas almas, dizendo que deveiscircuncidar-vos e guardar a lei, não lhes tendo nós dado mandamento"(At. 15.24).Os judaizantes queriam deitar fermento à massa:"Um pouco defermento leveda toda a massa"(Gl. 5.9), e concitava os cristãos a secircuncidarem.

Paulo, porém, alerta que tal apelo é fruto de um outroevangelho (Gl. 1.6,7), que tal chamado não é proveniente de Cristo(Gl. 5.8), e que estes homens querem submeter novamente oscristãos à escravidão.Os judaizantes queriam fazer os cristãos voltarem a confiar na carne,ou seja, em elementos provenientes da origem em Abraão e na lei3 (Gl. 5.13). O apóstolo Paulo, que poderia e tinha elementos paraconfiar na sua carne, deixou de fazê-lo para ganhar a Cristo (Fl. 3.4).Porém, o amado irmão Judas estava enfrentando uma outra categoriade indivíduos dissimulados.

O modo como Judas os descreve,aparenta tratar-se de indivíduos dentre os gentios, que ouviram amensagem do evangelho, porém preferiram a libertinagem como oproceder. Temos de Judas uma confissão da deidade de Cristo, quando ele serefere a Cristo como Senhor, o único Deus anunciado no A. T., oSalvador (Rm. 10.9).O intuito dos que querem transtornar o evangelho é uma flagranteação do anticristo, visto que a ação dele é negar a Cristo,comprometendo a verdade do evangelho"Quem é o mentiroso,senãoaquele que nega que Jesus é o Cristo? É o anticristo esse mesmo que negao Pai e o Filho"(1ªJo.

2.22).A exortação de Judas é idêntica à que Paulo escreveu aos Filipenses:"O que é mais importante, deveis portar-vos dignamente conforme oevangelho de Cristo.Então,quer vá e vos veja,quer esteja au-sente, ouçaacerca de vós que estais firmes em um mesmo espírito, combatendo juntamente com o mesmo ânimo pela fé do evangelho" (Fl. 1.27).“Mas quero lembrar-vos, como a quem já uma vez soube isto, que,havendo o Senhor salvo um povo, tirando-o da terra do Egito, destruiudepois os que não creram; e aos anjos que não guardaram o seuprincipado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridãoe em prisões eternas, até ao juízo daquele grande dia;

Assim comoSodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se entregueà fornicação como aqueles, e ido após outra carne, foram postas porexemplo, sofrendo a pena do fogo eterno”.Embora os cristãos já soubessem da necessidade de estaremengajados na defesa da verdade do evangelho, Judas escreveu parareavivar-lhes a lembrança.Para relembrá-los da necessidade de perseverarem na fé, Judasapresenta três exemplos:

a libertação de Israel do Egito, os anjos quenão guardaram a sua posição e as cidades de Sodoma e Gomorra.O mesmo Senhor, que os homens ímpios estavam negando, é oSenhor que resgatou o povo de Israel da escravidão no Egito"Ebeberam todos de uma mesma bebida espiritual, porque bebiam da pedraespiritual que os seguia; e a pedra era Cristo"(1ªCo. 10.4).Através desta pequena referência ao povo de Israel, Judas quer trazerà lembrança dos irmãos uma lição que eles já haviam aprendido.Sobre Israel e os que foram destruídos, podemos nos socorrer dosensinamentos de Paulo.

4 Embora tenha sido resgatado do Egito um povo, nem todos eramisraelitas de fato"Não que a palavra de Deus haja faltado, porque nemtodos os que são de Israel são israelitas"(Rm. 9.6). Da mesma forma,nem todos que se apresentavam na assembléia dos cristãos eramverdadeiramente membros do corpo de Cristo.Os que pereceram no deserto eram descendentes de Abraão, porém,pela incredulidade que havia neles, não vieram a ser contados comofilhos de Abraão. Na condição de povo eram israelitas, porém, por nãocrerem individualmente, não puderam ser contados como filhos deDeus.

Através desta pequena referência a Israel, Judas esperava que oscristãos considerassem que Deus resgatou Israel da escravidão doEgito para tornar conhecido o seu nome em toda a terra, fazendo deIsrael sua propriedade particular, dentre todos os povos da terra"Mas,deveras, para isto te mantive, para mostrar meu poder em ti, e para que omeu nome seja anunciado em toda a terra"(Ex. 9.16).Embora houvesse um povo livre do Egito, individualmente eles nãoconfiavam em Deus, e foram destruídos.

A exemplo, deveriamconsiderar que, para serem participantes do corpo de Cristo é precisocrer na verdade do evangelho.Da mesma forma que foram destruídos os que não creram dentre opovo de Israel, os ímpios haveriam de ser destruídos conforme acondenação para a qual haviam sido destinados, ao nasceremsegundo a semente corruptível de Adão.De igual modo, não foram poupados os anjos que deixaram o seuprincipado.

Eles estão debaixo de prisão eterna, visto que, para elesnão há redenção.A certeza do juízo deve soar como alerta para os incautos eimpenitentes, para os que não se submetem ao Senhorio de Cristo eque querem transtornar o evangelho.Os cristãos que considerarem que as cidades circunvizinhas aSodoma e Gomorra também foram punidas, por se entregarem asmesmas práticas, haveriam de seguir a recomendação de Paulo:


"Masagora vos escrevi que não vos associeis com aquele que,dizendo-seirmão,for devasso,ou avarento,ou idó-latra, ou maldizente, ou beberrão,ou roubador; com o tal nem ainda comais"(1ªCo. 5.11).Estas três pequenas citações de eventos do A.T. devem ser analisadase tidas como lembrete, para que os que seguem a Cristo não venhama ser enganados por homens, que se introduzem dissimuladamente,mas que têm por objetivo transtornar a doutrina do evangelho.

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