O sistema democrático não é e nunca foi uma instituição de origem divina. A idéia de que os próprios homens sabem o que é melhor para si é uma filosofia "mundana" (inventada neste mundo, neste planeta e não se baseia na orientação de Deus). De fato, nada impede que façamos uso deste sistema em várias situações, mas, nos submetermos cegamente a ele, ou justificarmos decisões religiosas baseando-nos nele é um grande equívoco sob vários aspectos.
Para entender melhor essa questão analise a escolha de Saul e de Davi, relatado no velho testamento: Saul foi uma escolha mais ou menos democrática, o povo o escolheu pela beleza e altura e Deus apenas acolheu a vontade popular, (I Sam. 8 a 10).
No entanto, após os "desvios" de Saul, Deus escolheu a Davi de forma não democrática (I Sam. 16. 1-13). Deus fez a escolha analisando a intenção do coração, a coragem e a humildade de Davi. Note que enquanto Saul era o que mais sobressaía, principalmente em aparência, Davi era o que menos sobressaía a tal ponto do próprio pai, Jessé, esquecer de apresentá-lo ao profeta Samuel na ocasião da unção. Jesus Cristo também não fez uso de votações secretas na hora de escolher os 12 discípulos.
Ele os escolheu analisando o coração de cada um e não suas boas aparências ou popularidades pessoais.
É bom lembrarmos, também, que foi o voto popular que condenou Jesus Cristo e absolveu Barrabás... Naquele episódio, tudo o que Pilatos fez foi colocar a questão dos Judeus em votação. O povo é que decidiu a quem condenar e a quem absolver.
Não é de hoje que, em certas ocasiões, o povo troca a verdade de Deus por utopias revolucionárias defendidas por pessoas vaidosas e sedentas de Poder. A aparência caridosa, com que envolvem suas falas, é a principal arma que utilizam para iludir as pessoas e obterem o apoio popular necessário em regimes democráticos.
Portanto, é um equívoco nos fixarmos em filosofias democráticas na hora de escolher as lideranças da igreja (incluindo professores e pretendentes a pastores). Observe que os primeiros a levantar a mão, a si disporem como candidatos a isso ou àquilo não são os melhores. A maioria das pessoas, que se apressa em dizer sim, não consegue cumprir a tarefa prometida (ver Mt. 21: 28-31). Por outro lado, as pessoas que não tem pressa em se apresentar, as que aguardam serem chamadas são as mais humildes de coração.
Estas são, na verdade, as mais capacitadas "vocacionalmente" tal como Davi. (Os últimos a se apresentar são, em geral, os primeiros em capacitação pessoal).
Na hora de escolher lideranças, principalmente nas Igrejas, temos que avaliar todas as pessoas e convidar os mais humildes de coração, os mais corajosos e engajados com a verdade para assumirem posições de destaque nas igrejas e na sociedade em geral. Atualmente, tanto a Igreja quanto a Sociedade estão cheias de problemas.
Se colocarmos pessoas certas nos lugares certos, elas saberão encontrar as verdadeiras soluções.
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