quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

TREMORES DE TERRA NO RN NÃO TEN NENHUMA RELAÇÃO COM A GRANDE CATASTROFE DO HAITI

JORNAL DE FATO

Tremores no RN não possuem relaçãoMato Grande - A estação sismológica de Riachuelo detectou o terremoto de 7 graus na escala Richter, que devastou a capital do Haiti, Porto Príncipe.

Mas, o coordenador do Laboratório Sismológico do Departamento de Geofísica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), sismólogo Joaquim Mendes Ferreira, disse que o terremoto do Haiti não tem nenhuma relação com os tremores de terra ocorridos no dias 9 e 11 entre os municípios de Taipu e Poço Branco, na região do Mato Grande.

Joaquim Ferreira lembrou, durante a instalação de duas estações sismológicas temporárias nos municípios de Poço Branco e Pureza, ontem de manhã e à tarde, que o país caribenho está localizado nas margens das bordas das placas tectônicas da América do Norte e do Mar do Caribe. O Haiti ocupa um terço da Ilha Hispaniola, dividida com a República Dominicana.No caso da região do Mato Grande, Ferreira explicou que os terremotos ocorridos em um período de 72 horas deve-se à falha geológica "interior da placa tectônica da América do

Sul".Pela manhã, Joaquim Ferreira instalou um sismógrafo analógico no sítio São João, na localidade de Curral Preto, em Pureza, onde já havia uma infraestrutura montada ainda em 1986, quando ocorreu uma série de terremotos em João Câmara ocasionada pela falha geológica Samambaia. Um morador da área treinado naquele ano vai operar o aparelho, fazendo, quando necessário, a substituição do rolo de papel onde serão registrados eventuais tremores de terra que ocorrerem de hoje em diante.

A equipe do Laboratório de Sismologia que incluía dois acadêmicos e a engenheira eletricista Regina Spinelli instalou um sismógrafo digital na Fazenda Opção, situada à margem da Barragem José Batista Rego, em Poço Branco.Com a instalação dos dois sismógrafos, segundo Ferreira, será possível detectar a magnitude de novos abalos sísmicos na região do Mato Grande e, com isso, identificar o epicentro, que é o local exato dos tremores de terra ocorridos no município de Taipu, "onde não existe nenhuma dúvida que é o local do epicentro".

Joaquim Ferreira explica que quanto mais estações sismológicas forem instaladas em qualquer área onde ocorrem esses fenômenos naturais, mais precisa será a identificação do epicentro, que no caso dos abalos de Mato Grande "tem uma margem de erro de 16 quilômetros", diante do fato de que a estação sismológica mais próxima do evento sísmico, localizada em Riachuelo, "está a 41 quilômetros de distância".

Como o terremoto do Mato Grande foi muito difuso e sentido numa área muito grande, Ferreira explicou que não é fácil localizar o epicentro do abalo de 4,2 graus na escala Richter, que presumivelmente ocorreu a uma profundidade de dez quilômetros abaixo da crosta terrestre. "Quando o abalo é raso é mais fácil de localizar o epicentro", disse Ferreira.Além disso, o sismólogo do Departamento de Geofísica da UFRN esclareceu que se houver necessidade, como em qualquer lugar do país, se ocorrerem abalos sísmicos mais sistematizados na região do Mato Grande, tem como instalar mais sismógrafos na área, que podem ser fornecidos pelo pool de equipamentos do Observatório Nacional de Sismologia, situado no Rio de Janeiro.

"Os equipamentos são financiados pela Petrobras; isso não é problema", afirmou ele.Ferreira também confirmou que o Laboratório de Sismologia da UFRN vem tendo apoio para atuar no Rio Grande do Norte, depois que foi fechado, já no começo deste ano, convênio com o Instituto Nacional de Estudos Tectônicos, vinculado ao Ministério das Minas e Energia.

Nenhum comentário :