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O pecador diante do Deus Santo
Ter, 27 de Abril de 2010 20:33 José Willeam Campelo
A visão relatada no capítulo 6 do livro do profeta Isaias é a maneira que Deus usa para a chamada daquele jovem para o ministério profético. Nesta visão Deus apresentou a Isaias a grave condição da religião do seu povo.
Isaias impressionou-se com a santidade de Deus. Diante do Deus santo, ele sentiu-se um reles pecador. Sentiu que não poderia continuar vivendo, depois de ver a manifestação da glória de Deus. Por melhor que seja um homem, quando confrontado com a glória de Deus, ele sente-se o pior dos pecadores.
Conforta em tudo isso saber que o nosso Deus é amor. O pecador sincero encontra em Deus misericórdia e perdão.
Foi essa a experiência de Isaias. Essa pode ser e deve ser também a minha e a sua experiência.
1. O pecador diante do Deus Santo contempla a majestade divina ( v.1)
“Eu vi o Senhor”. Isaias não estava dormindo nem sonhando. Viu o Senhor, mas foi apenas um olhar de relance no mundo invisível que abriu o seu sentido para reconhecer a presença do Senhor na sua majestade e na sua gloriosa santidade. Evidentemente, Isaias chegou ao Templo para adorar ao Senhor, na esperança de conforto nesta hora de crise na história de seu povo.
É claro que não se interessava no culto formal, cerimonial, nesta ocasião, mas desejava comunicar-se com o Senhor e receber dele o poder divino para o levantar acima da religião que confiava na eficiência do sacrifício de animais, de luas novas e de avarias solenidades. A visão que Isaias tem da glória e da majestade divina aparece-lhe na forma de um monarca oriental solenemente assentado no seu trono, cercado de uma guarda especial.
O Senhor é representado como Rei, assentado sobre um alto e sublime trono. Deus é o grande Rei, acima de todos os deuses (Sl. 95:3). O Senhor é o Rei eterno (Sl. 10:16). João 12:41 mostra que a visão aqui é mais uma manifestação do Cristo pré-encarnado. “A manifestação da divindade revela-se claramente na pessoa de Cristo, Filho de Deus”.A revelação divina é sempre outorgada ao homem mediante a pessoa do Filho Unigênito do Pai.
2. O pecador diante do Deus Santo vê a reverência dos anjos ( v.2)
Esses seres celestes que acompanhavam a glória e a majestade do Senhor deslumbraram o espírito de Isaias. Eram uma ordem de anjos cujo ministério consistia em cultuar e louvar a Deus. Cobrindo o rosto e os pés diante do Senhor soberano, majestoso e glorioso, eles demonstravam o mais profundo respeito. Cobriam o rosto porque se sentiam indignos ou incapazes de olhar para o Senhor. No espírito de reverência, eles cobriam os seus corpos. Os serafins nos dão uma lição de respeito e reverência para com Deus.
3. O pecador diante do Deus Santo percebe a santidade e a glória divinas ( v.3)
Eles clamavam uns para os outros alternadamente. Um clamava “santo”; e outro respondia, dizendo também “santo”. Então o terceiro dizia a mesma cousa. Eles cantavam a santidade e a glória de Deus. É muito provável que clamavam juntos em grande coro: “Toda a terra está cheia da sua glória”.
A palavra santo dá ênfase especial ao significado da visão para o profeta. É uma revelação do caráter de Deus que influenciou profundamente o ministério e a profecia de Isaias. A idéia radical de santidade é separação.
A santidade de Deus, na linguagem do Antigo Testamento, indica que Ele é separado do mundo pecaminoso. A ênfase é à Sua oposição ao pecado.
A santidade é a palavra chave que dá ênfase à transcendência de Deus, e acentua a verdade de que Deus é superior e independente do Universo que Ele criou.
Deus é santo no sentido de que está muito acima do homem. Separado do homem. O homem depende de Deus. Deus não depende do homem. Mas essa santidade refere-se também à justiça e perfeição de Deus.
Ele é santo no sentido de que falta de espécie nenhuma pode ser encontrada no Seu caráter.Depois da santidade do Senhor encontra-se aqui a Sua glória. No hebraico, “glória” tem a idéia de “peso, brilho, esplendor”. Em Is. 40:5 lemos: “A glória do Senhor se manifestará.
A Sua glória se irradia na criação ( “Os céus proclama a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras de suas mãos”- Sl.19:1; “A glória do Senhor se manifestará, e toda carne verá...” Is. 40:5; “Dispõ-te, resplandece, porque vem a tua luz, e a glória do Senhor nasce sobre ti” – Is. 60:1).
Ele é santo, elevado, distinto dos demais, e mostra sua santidade e seu brilho nos seus atos redentores. A santidade não serve apenas para aterrorizar. Serve também para mostrar que, sendo Ele santo, Sua ação pelos homens será sempre a melhor possível porque nEle não há falhas de caráter .
4. O pecador diante do Deus Santo sente a sua impiedade ( v. 4-5)
A visão do Senhor impressionou tanto Isaias que o jovem via os fundamentos do templo se movendo, enquanto os serafins cantavam. “A fumaça encheu o templo”. A fumaça era símbolo da ira divina. O Deus glorioso, majestoso, e, sobretudo, santo, estava insatisfeito com o procedimento do povo que se chamava pelo seu nome.
Quando Isaias contempla a santidade do Senhor, toma consciência de seu próprio pecado. Ele fica confundido e esmagado com o sentido de culpa e indignidade na presença do Senhor. Ele sente desfalecer-se, e exclama: “Eu estou perecendo. Os serafins são santos, mas eu sou impuro, e tenho lábios impuros. Eles vivem perto de Deus. Eles vêem a Deus, e continuam vivos. Mas eu vou morrer, porque é impossível que alguém impuro como eu continue vivendo, depois de ter visto o Senhor”.
Na presença do Senhor, os serafins cobriam o rosto, mas Isaias viu com os próprios olhos o Rei, O Senhor dos Exércitos. Como poderia sobreviver a tal experiência? Profundamente cônscio de sua própria indignidade, como homem de lábios impuros, e da iniqüidade do seu povo, nada podia fazer.
A visão de Deus lhe mostrara a sua natureza pecaminosa, e lhe revelara também a terrível condição do seu povo infiel e indigno de tomar o nome do Senhor nos seus lábios profanos. Assim, a visão, com a adoração do Senhor pelos serafins, e a revelação do Rei, o Senhor dos Exércitos, impressionou profundamente o homem com o sentido da santidade de Deus.Ninguém pode ter uma visão, ou uma convicção da majestade e da glória do Senhor, sem se sentir profundamente humilde e cônscio da sua iniqüidade.
Abrão reconheceu a si mesmo como pó e cinza perante o Senhor (“Eis que me atrevo a falar ao Senhor, eu que sou pó e cinza” – Gn.18:27). Jó descreve a sua profunda consciência de culpa quando reconheceu a santidade e majestade de Deus: “Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem. Por isso, me abomino ,e me arrependo no pó e na cinza”. (Jó 42:5,6).
A santidade do Senhor revelada ao profeta nesta visão despertou nele o mais profundo sentido de temor, reverência e adoração. Isaias confessa o seu pecado e também o pecado do seu povo. Todo que se aproxima dele deve estar cônscio dessa santidade, e purificar-se para essa aproximação.
Jesus disse que só os limpos de coração podem ver a Deus (Mt.5:8). Nós somos como Isaias de coração impuro, de lábios imundos. Mas “o sangue de Jesus nos purifica de todo o pecado” (1Jo.1:7), desde que nós confessemos ao Senhor as nossas faltas, vendo os nossos pecados como Deus os vê: uma grande tragédia.
5. O pecador diante do Deus Santo alcança a purificação ( v. 6,7)
Isaias não foi expulso da presença do Senhor por causa da sua impureza. Isaias estava no caminho certo. Feita a confissão, Deus providencia a purificação de seus lábios, o afastamento da iniqüidade do seu coração. A brasa viva é um símbolo do perdão, uma vez que o fogo simboliza a purificação, santidade.
O fogo, como símbolo de santidade e o agente da purificação, removeu do profeta tudo que lhe pudesse impedir a comunhão com a santidade do Senhor. No altar, os pecados eram redimidos. O Serafim é um mensageiro que traz o perdão de Deus e a purificação para o profeta. A cerimônia da expiação significa que a graça de Deus respondeu imediatamente ao sentimento de culpa e ao arrependimento do pecador.
Foi um ato da graça de Deus, sem a necessidade de qualquer oferta ou qualquer sacrifício de animal. O verdadeiro doador do perdão é o Senhor dos senhores, o rei de Israel.
A aplicação da brasa viva aos lábios de Isaias significou para ele não somente a purificação de sua iniqüidade, como também o preparo dos seus lábios para proclamar a mensagem do Senhor.
6. O pecador diante do Deus Santo ouve e atende a chamada de Deus ( v. 8)
Com a sensação de alívio, e da felicidade de estar livre da culpa do pecado, Isaias desejava imediatamente entregar a vida ao serviço do Senhor.
Isaias ouviu a voz do Senhor depois da sua purificação, quando assim ficou preparado para a comunicação com Ele. “Quem irá por nós”?
O Senhor mesmo apresenta a Isaias o apelo e o desafio. Primeiramente, o Senhor apela, e espera a resposta do jovem. Isaias reconhece que o Senhor dos Exércitos, não obstante a Sua soberania, necessita de mensageiros para proclamar a sua mensagem a fim de que seja realizado o seu eterno propósito.
Isaias atende o apelo e apresenta-se. Ele quer ser o mensageiro do Deus glorioso, santo, majestoso. Se o Senhor pode usar um homem de lábios impuros, eu aqui estou. Grato pela purificação de minha vida, pela retirada de minha iniqüidade, de meu pecado. Aqui estou, Senhor, precisas de alguém. Eis-me aqui, envia-me a mim. Deus trabalha em cooperação com os seus servos humanos. Deus precisa de alguém que aja, viva e sirva como instrumento de sua vontade. Ele precisa de alguém a quem enviar, de alguém que vá “por nós”.
Deus faz uso de homens para o seu serviço. E quem se aproxima de Deus, vê as necessidades da causa e ouve que Deus o quer servindo.O serviço na causa de Deus não é um mar de rosas. Mas quem vive com Deus sabe disso e assim mesmo se dispõe a servir.Quem se achega a Deus, também se dispõe a servir, por amor ao Senhor.
Conclusão:
A santidade de Deus não é um conceito religioso relativo, ou meramente contemplativo. Diz respeito a nós: realça nossa pecaminosidade, mostrando assim, de forma acentuada, quem somos.
A santidade de Deus tem um conteúdo moral muito forte, pois ressalta nosso estado espiritual. E, ao mesmo tempo, é a base da ação divina em favor da redenção humana.
Um pecador que reconhece a soberania e a santidade de Deus confessa seu pecado, dá oportunidade a que Deus o perdoe, dispõe-se a servir ao Senhor, pode ser uma benção, mesmo que a mensagem a ser anunciada a seu povo não o agrade inteiramente.
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