QUINTA-FEIRA, 11 DE SETEMBRO DE 2014
Governistas correm para esfriar o 'petrolão' no Congresso
Sessão da CPI Petrobras (Reprodução/Twitter PSDB/VEJA)
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A amplitude e ramificações políticas contidas nos depoimentos do ex-diretor Paulo Roberto Costa, delator do megaescândalo de corrupção na Petrobras, desencadearam no governo e entre integrantes da base aliada na CPI mista da Petrobras uma operação de "contenção de danos". Como revelou VEJA nesta semana, Costa entregou à Polícia Federal nomes de uma verdadeira constelação de políticos: três dezenas de parlamentares - entre deputados e senadores -, além de governadores, ex-governadores e um ministro de Estado.
Parte da base aliada ao governo tentou dissuadir nesta quarta-feira o presidente da CPI, Vital do Rêgo (PMDB-PB), de pedir ao Supremo Tribunal Federal cópia das declarações de Costa - que cumpre prisão preventiva no Paraná - no acordo de delação premiada firmado com o Ministério Público Federal e a Polícia Federal em troca de uma eventual redução de pena ou até mesmo do perdão judicial.
A lista de Costa inclui os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), além do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA). Do Senado, citou Ciro Nogueira (PI), presidente nacional do PP, e Romero Jucá (PMDB-RR). Já no grupo de deputados figuram o petista Cândido Vaccarezza (SP) e João Pizzolatti (PP-SC). O ex-ministro das Cidades e ex-deputado Mario Negromonte, também do PP, é outro citado por ele como destinatário da propina. Da lista de três “governadores” citados pelo ex-diretor, todos os políticos são de estados onde a Petrobras tem grandes projetos em curso: Sérgio Cabral (PMDB), ex-governador do Rio, Roseana Sarney (PMDB), atual governadora do Maranhão, e Eduardo Campos (PSB), ex-governador de Pernambuco e ex-candidato à Presidência da República morto no mês passado em um acidente aéreo.
Em reunião da comissão a portas fechadas, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), argumentou que a lei do crime organizado impede a divulgação dos depoimentos de delação. O líder do PMDB, deputado Eduardo Cunha (RJ), também reforçou essa posição contrária, segundo relatos de presentes, acompanhado do relator da CPI, Marco Maia (PT-RS). Esse grupo também tentou adiar o novo depoimento do ex-diretor, que foi agendado ontem para a próxima quarta-feira. O argumento é que Costa poderia se recusar a responder às perguntas por causa da delação premiada. A oposição não aceitou acordo e o senador Vital do Rêgo manteve o depoimento marcado e seu pedido ao Supremo. Sem o apoio do PT para sua campanha ao governo da Paraíba, Vital tem sido um braço da oposição quando o assunto é incômodo ao Planalto. LEIA MAIS...
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