sábado, 14 de setembro de 2013

ESTUDO PROFUNDO SOBRE O PROFETA ISAIAS



QUEM ERA O PROFETA ISAÍAS


Isaías era filho de Amoz. O Talmude afirma que Amoz, pai de Isaías era irmão do rei Uzias. Isaías profetizou durante os reinados de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias (1.1). O nome Isaías significa “o Senhor salva”. O profeta era da mesma época de Amós, de Oséias e de Miquéias, e começou seu ministério em 740 a.C., ano em que morreu o rei Uzias (6).



Teria nascido por volta de 760 e vivido pelo menos até 681 a.C. De família nobre de Judá, Isaías era casado, e tinha no mínimo dois filhos: Sear-Jasube (7.3) e Maer-Shalai-Hash-Baz (8.3). É provável que tenha passado a maior parte de sua vida em Jerusalém, exercendo maior influência no reinado de Ezequias (37.1-20). A Isaías também é atribuído a composição da história do reinado de Uzias (2 Cr 26-22). Segundo uma tradição judaica Isaías foi serrado ao meio pelo rei iníquo Manassés.



CONTEXTO DA ÉPOCA


Isaías viveu no turbulento período assírio, presenciando o cativeiro do seu povo. Ambos os reinos (Norte/Israel e Sul/Judá), haviam experimentado poder e prosperidade. Israel governado por Jeroboão e outros seis reis de menor importância, haviam aderido ao culto pagão; Judá, no período de Uzias, Jotão e Ezequias permaneceram em conformidade com a aliança mosaica, porém gradualmente, o rigor foi diminuindo causando um sério declínio moral e espiritual (3.8-26). Lugares secretos de culto pagão passaram a ser tolerados; o rico oprimia o pobre; as mulheres negligenciavam suas famílias na busca do prazer carnal; muitos dos sacerdotes e falsos profetas buscavam agradar os homens (5.7-12, 18-23; 22.12-14). Tudo isso deixava claro e patente aos olhos do profeta Isaías que a aliança registrada por Moisés em Deuteronômio 30.11-20, havia sido inteiramente violada, portanto a sentença divina estava proferida, o cativeiro e o julgamento eram inevitáveis para Judá, assim como era para Israel.



Isaías advertiu Judá de que seus pecados levariam a nação ao cativeiro babilônico. A visita dos enviados do rei da Babilônia a Ezequias armou o cenário para essa predição (39.1-6). Embora a queda de Jerusalém só viesse a ocorrer em 586 a.C., Isaías toma por certo a derrota de Judá e passa a predizer a volta do povo do cativeiro (40.2-3). Deus redimiria seu povo da Babilônia assim como redimiu do Egito. Isaías prediz a ascensão de Ciro, o persa, que uniria os medos e os persas e conquistaria a Babilônia (45.1).



Dois acontecimentos importantes servem de foco para os capítulos 1-39:



1. A invasão de Israel pelo rei assírio Tiglate-Pileser III serve de pano de fundo para os capítulos 7-12. Essa foi a reação militar de Damasco (capital de Arã) e do Reino do Norte, Israel, contra o Reino do Sul, Judá. O motivo da agressão (a guerra siro-eframita, 735-732 a.C.), não é mencionada no texto. Contudo, é evidente que a ação foi considerada uma ameaça real contra a sobrevivência da monarquia davídica. A resposta de Acaz, rei de Judá, foi convocar a Assíria para manter a ordem na região, convite aceito por Tiglate-Pileser. Conseqüentemente, Damasco foi conquistada, seu povo deportado e toda a terra de Arã incorporada ao Império Assírio (732 a.C.). Partes do reino do Norte foram anexadas, e um novo rei colocado no trono. Vários anos depois, Israel rebelou-se novamente e foi totalmente dominada pelo Império Assírio, com a destruição da capital Samaria em 721. Esses acontecimentos, contudo, recebem pouca atenção no livro de Isaías.



2. A invasão de Judá pelo rei assírio Senaqueribe, em 701, resultou no envolvimento de Ezequias na coligação antiassíria. Isso causou a destruição de várias cidades fortificadas de Judá e, finalmente, o cerco de Jerusalém. Ao contrário do pai, Acaz, Ezequias confiou no socorro do Senhor, e o exercito assírio foi destruído.



Era um tempo de medo e incerteza política. Os assírios aterrorizavam a população do Antigo Oriente Médio com um programa agressivo de dominação. O país podia optar por ser vassalo, pagando um tributo anual e fornecendo tropas auxiliares aos assírios. Mas ao menor sinal de deslealdade resultava em reduções territoriais e maior controle assírio do governo, sem mencionar a cobrança mais pesada de impostos. Por trás de tudo isso havia a ameaça de deportação, com a perda da independência política.



A COMPOSIÇÃO DO LIVRO


Isaías é visto como o maior profeta do Velho Testamento. O livro é uma coleção de adágios proféticos e oráculos de Isaías, a voz profética predominante na turbulenta segunda metade do século VIII a.C. (740-700). Aqui se encontra parte da literatura hebraica por demais valiosa e conhecida por apresentação direta de fidedignidade e poder soberano do Deus de Israel. Muitas passagens do seu livro estão entre as mais formosas da literatura. Alguns eruditos modernos têm estudado sua profecia poética do mesmo modo que um botânico estuda as flores, examinando-as e analisando-as.



O uso deste método de estudo tem feito com que a beleza e a unidade do livro como as de uma rosa fiquem quase esquecidas, à medida que as diferentes partes são divididas a fim de serem examinadas. Aliás, a unidade de Isaías é tema de grande controvérsia. Pelo fato de o profeta ter vivido no século VIII a.C., alguns estudiosos têm dificuldade em aceitar que ele tenha identificado Ciro, o persa, nominalmente nos capítulos 44 e 45, pelo fato de Ciro ter entrado em cena apenas duzentos anos mais tarde. Mesmo para os que estão dispostos a aceitar o fenômeno sobrenatural da previsão do futuro, isso, muitas vezes, parece improvável quando comparado a outros oráculos.



No capítulo 44.28, Isaías escreveu: "Que digo de Ciro: É meu pastor, e cumprirá tudo o que me apraz, dizendo também a Jerusalém: Tu serás edificada; e ao templo: Tu serás fundado".



Em 45.1 "ASSIM diz o SENHOR ao seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela mão direita, para abater as nações diante de sua face, e descingir os lombos dos reis, para abrir diante dele as portas, e as portas não se fecharão“.



O único outro exemplo no Antigo Testamento em que o nome da pessoa é dado antes de seu surgimento é a menção de Josias em 1 Reis 13.2 “E ele clamou contra o altar por ordem do SENHOR, e disse: Altar, altar! Assim diz o SENHOR: Eis que um filho nascerá à casa de Davi, cujo nome será Josias, o qual sacrificará sobre ti os sacerdotes dos altos que sobre ti queimam incenso, e ossos de homens se queimarão sobre ti”.



AS DÚVIDAS SOBRE A AUTORIA ÚNICA

Mesmo por meio de uma leitura descontraída de Isaías, podemos detectar uma grande mudança no capítulo 40. O estilo se torna mais poético e teórico. O tom se torna conciliatório em vez de condenador. Os oráculos de acusação e juízo, que compunham a maior parte dos primeiros 39 capítulos se tornam bem mais raros. A situação histórica parece ter mudado dramaticamente. O povo mencionado está no exílio, não na Judá do século VIII. À luz de tais observações, pode-se entender facilmente por que alguns eruditos não conseguem atribuir o livro inteiro a um único autor do século VIII.



É comum os estudiosos insistirem na existência de pelo menos dois autores diferentes para o livro, separados por no mínimo 150 anos. Normalmente fazem referência a um "deutero-Isaías" hipotético e, muitas vezes até três autores nos capítulos 40 a 66, que teriam escrito nos séculos VI e V a.C.



Mas apesar de muitos estudiosos duvidarem que Isaías tenha sido o autor de todo o livro que leva seu nome, sómente o nome dele está vinculado à obra. O argumento mais forte a favor da unidade do livro de Isaías é a expressão “o Santo de Israel” como título de Deus que ocorre 12 vezes nos capítulos de 1 a 39 e 14 vezes nos capítulos 40 a 66. Fora de Isaías, aparece apenas 6 vezes no Antigo Testamento. Existem outros paralelos verbais notáveis entre os capítulos 1 a 39 e os capítulos de 40 a 66.



O testemunho do livro em si certamente insiste na realidade da profecia sobrenatural voltada para o futuro. A justificação da soberania divina em Isaías 40 a 48 se baseia na capacidade do Senhor de prever o que fará e desafiar os ídolos a fazerem o mesmo. Portanto o foco no futuro que permeia essa parte não pode ser facilmente neutralizado. A menção de Ciro se dá no ápice de uma composição poética muito bem estruturada (44.24-28) e não pode ser ingenuamente eliminada como se fosse algo supérfluo. Além disso a evidência de que o livro de Reis, concluído até a metade do exílio, usou o livro completo de Isaías como fonte favorece a data pré-exílica para a composição do livro do profeta.



Para quem não aceita as afirmações de Jesus como referências literárias, ou declarações de autoria, o Novo Testamento reivindica que Isaías seja considerado o profeta desses oráculos para Israel, pois é, no mínimo, considerado sua fonte. Isso não implica que Isaías os tenha registrado, mas indica que a composição representa fielmente o que ele declarou.



CONTROVÉRSIAS

Há muitas controvérsias relativas à natureza dos capítulos de 1 a 5, já que a comissão formal de Isaías é narrada no capítulo 6. Alguns alegam que o trecho de 1 a 5 contém oráculos anteriores à visão de Isaías no ano da morte de Uzas. Outros acreditam que os cinco capítulos servem de introdução ao livro pela seleção de oráculos de diversos períodos do ministério do profeta. Quer tenha sido compilado, quer seja antigo, esse material serve de introdução adequada ao livro e a seus temas. Muitos oráculos de acusação provém dessa parte.



CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS


Isaías contém prosa e poesia; a beleza de sua poesia é insuperada no restante do Antigo Testamento. O trecho principal em prosa acha-se nos capítulos 36 a 39, no interlúdio histórico que une as duas partes do livro. O material poético inclui uma série de sentenças nos capítulos 13 a 23. Um cântico de motejo contra o rei da Babilônia acha-se em 14.4-23. Os capítulos 24 a 27 formam uma seção apocalíptica que ressalta os últimos dias. Um poema sapiencial acha-se em 28.23-29. O cântico da vinha (5.1-7) começa com cântico de amor, no qual Isaías retrata o relacionamento entre Deus e Israel. Hinos de louvor aparecem em 12.1-6 e 38.10-20, e temos um lamento nacional em 63.7 - 64.12. A poesia é realmente rica e variada, da mesma forma que o vocabulário do profeta supera qualquer outro escritor do Velho Testamento.



Uma das técnicas prediletas de Isaías é a personificação. O sol e a lua sentem vergonha (24.23), ao passo que o deserto e a terra ressequida se regozijam (35.1) e as montanhas e florestas irrompem em cânticos (44.23). As árvores “baterão palmas” (55.12). Uma figura de linguagem predileta é a vinha, que representa Israel (5.7). Pisar o lagar é retrato do juízo (63.3), e beber o cálice da ira de Deus é cambalear debaixo do seu castigo (51.17). Isaías emprega o nome “Rocha” em referencia a Deus (17.10). O poder da linguagem figurada de Isaías vê-se em 30.27-33, e o profeta faz pleno uso da ironia ao condenar os ídolos em 44. 9-20. Exemplo notável de jogo de palavras temos como aliteração e assonância em 24.17. A calamidade destruidora de 28.15,18 é no original um exemplo de metáfora mista.



Isaías muitas vezes alude a acontecimentos anteriores da história de Israel, sobretudo ao êxodo do Egito. A travessia no mar Vermelho serve de cenário de 11.15 e de 43.2,16, 17, e outras alusões ocorrem em 4.5,6; 31.5 e 37.36. A destruição de Sodoma e Gomorra é mencionada em 1.9, e a vitória de Gideão contra Midiã é mencionada em 9.4 e em 10.26. Várias vezes Isaías aproveita o cântico de Moisés de Dt 32. Isaías da mesma forma que Moisés, conclama a nação ao arrependimento e a fé num Deus santo e Todo-poderoso (49.8).



Ao todo, existem em Isaías pelo menos 25 palavras ou formas hebraicas que não aparecem em nenhum outro escrito profético.



TEMAS E TEOLOGIA


Isaías é um livro que desvenda as plenas dimensões do juízo e da salvação divina. Deus é o Santo de Israel que deveria castigar seu povo rebelde, mas posteriormente o remirá. Israel é nação cega e surda (6.9,10; 42.7), vinha que será pisoteada (5.1-7), povo destituído de retidão (5.7; 10.1-2). O juízo terrível que será desencadeado contra Israel e todas as nações que desafiam a Deus é chamado “dia do Senhor”.



Deus, porém, terá compaixão de seu povo (14.1,2) e o livrará da opressão tanto política quanto espiritual. Sua restauração é semelhante a um novo êxodo (43.2,16-19; 52. 10-12) quando Deus o redimir e o salvar. O poderoso Criador de Israel (40.21,22; 48.13) fará ribeiros brotar no deserto (32.2) quando por graça levar o povo de volta a pátria. O tema de uma estrada para a volta dos exilados ganha destaque nas duas partes principais do livro. O Senhor levanta um estandarte para conclamar as nações a trazer Israel para casa.



Isaías serviu a Deus desempenhando o papel de promotor de justiça da aliança. Sua mensagem é constituída de acusações, condenações e julgamentos, pois ele declara a maldição de Deus sobre Israel, Judá e as nações (1.2-31; 13 – 23; 56 – 57; 65). O relato autobiográfico de Isaías do seu chamado para tornar-se um mensageiro da corte celestial do Senhor encontra-se no capítulo 6. Quando Isaías foi convocado a representar a corte celeste junto à corte terrena de Jerusalém, ele descobriu que Deus não o estava enviando para salvar Israel, mas para endurecer seus corações impenitentes (6.9-10). Isaías devia apresentar ao povo a acusação do Senhor de que eles eram infiéis e rebeldes (1.2-3; 31.1-3; 57.3-10). O povo de Deus havia se tornado como as demais nações em seu orgulho, sarcasmo e egoísmo. Eles haviam perdido a perspectiva de justiça, de amor e de paz, características do Reino de Deus e tentaram estabelecer seu próprio reino. O profeta também desempenha o papel de advogado. Ele exorta os piedosos a buscarem ao Senhor, a aguardarem o seu Reino, a experimentarem eles mesmo a paz de Deus e a responderem com fé aos novos atos divinos de redenção. A aliança do Senhor termina com bênçãos sobre Israel, não maldições (Dt30. 1-10). Ao final um remanescente piedoso sobreviverá ao julgamento.



A primeira parte do livro, caps. De 1 a 35, enfoca o julgamento de Deus sobre Israel através da Assíria; a segunda, caps. 40 a 66, o retorno do remanescente do exílio na Babilônia e sua libertação final no futuro distante. A segunda parte com a primeira inicia-se com uma visão da corte celestial. Isaías ouve furtivamente Deus enviando mensageiros para anunciar que o castigo já foi pago e que por isso terá fim (40.1-18). A visão que Isaías tem do Reino de Deus é grandiosa, pois inclui a história da redenção desde os seus dias até alcançar a plenitude da salvação. Ela abarca do exílio, a volta dos judeus do exílio, a missão, o ministério e o Reino de Jesus Cristo, a missão e a esperança da Igreja, o governo atual de Jesus sobre este mundo e a restauração de todas as coisas em santidade e justiça.



Isaías era mestre em sua língua e utilizou imagens e vocabulários muito ricos. Muitas das palavras e expressões de que faz uso não são encontradas em nenhuma outra parte do Antigo Testamento. As imagens retóricas em seu livro mostram que ele conhecia as tragédias da guerra (63.1-6), as injustiças da alta sociedade (3.1-17) e os fracassos da agricultura (5.1-7).



Isaías era um pregador de talento. Através de sua imaginação poética e estilo retórico, ele expôs a loucura de fiar-se nas estruturas humanas em contraste com a sabedoria de confiar no Reino de Deus. Embora os infiéis sejam insensíveis ao Senhor (6.10), os oráculos proféticos de Isaías levam os piedosos a responderem a Deus com reverência e louvor.




Isaías conclama o povo a abandonar a vida de pecado e ao mesmo tempo escapar do julgamento e da punição futura como castigos divinos. Sua mensagem se destina a Judá, Israel e às nações pagãs vizinhas. Contém vários oráculos ou mensagens constituídas de acusações, condenações, julgamentos e também de consolação, e ainda algumas passagens apocalípticas, tudo escrito num estilo nobre e clássico. O profeta foi cauteloso em mostrar que o juízo de Deus revela não sua arbitrariedade, mas sua justiça. Devido a idolatria e a imoralidade, o povo de Deus havia se tornado como as demais nações em seu orgulho e egoísmo. Por outro lado o livro está repleto de promessas de restauração, do advento do Messias, de salvação para todas as nações e do triunfo dos propósitos de Deus.





PARTICULARIDADES DE ISAÍAS



SANTO DE ISRAEL

O título de Deus usado quase exclusivamente por Isaías no Antigo Testamento é o “Santo de Israel”. Ele não só demonstra a ênfase de Isaías à santidade do Senhor, mas também reflete a preocupação do livro com a gravidade das ofensas de Israel contra Deus.



REDENTOR

Outra característica de Isaías é o fato de Javé ser o Redentor de Israel. Esse título para Javé só é usado quatro vezes em outros livros; todavia, ele é utilizado mais de dez vezes no livro de Isaías.



ESCATOLOGIA

A escatologia (estudo da parte final do programa de Deus) encontrada em Isaías é a escatologia do Reino. Com isso, queremos dizer que a ênfase está no reino futuro de Israel, retratado como o reino centrado em Jerusalém. Paz e prosperidade abundantes, e todo o mundo ria a Jerusalém para se encher de espanto e ser instruído. A adoração adequada e a centralidade da lei são características significativas do reino. Um descendente de Jessé se assentará no trono; esse aspecto do reino, todavia, não é um destaque em Isaías. A ênfase é dada ao fato de que Javé reinará (24.23; 33.22; 43.15; 46.6) e será o orgulho do remanescente de Judá e a glória de Jerusalém.



O MESSIAS

A paz e a segurança marcam a era messiânica. Um rei descendente de Davi reinará com justiça e todas as nações afluíram ao santo monte de Jerusalém (2.2-4). O povo de Deus já não será oprimido por governantes ímpios e Jerusalém será verdadeiramente a “cidade do Senhor” (60.14).



O Senhor chama o Rei Messiânico de “meu servo” nos capítulos de 42 a 53, termo também aplicado a Israel como nação (41.8,9; 42.1). É através do sofrimento do Servo que a salvação, em sentido mais pleno, é lavada a efeito. Ciro era o instrumento de Deus para livrar Israel da Babilônia, mas Cristo livrará a humanidade da prisão do pecado (52.13 – 53.12). Tornou-se luz para os gentios (42.6), a fim de que as nações condenadas ao juízo (cap. 13 a 23) pudessem achar a salvação (55.4,5).



O Reino do Senhor na terra, com seu Rei justo e seus súditos justos, é o alvo em direção ao qual o livro de Isaías avança com firmeza. A terra restaurada e o povo restaurado passarão, então, a cumprir o ideal divino, e tudo resultará no louvor e na glória do Santo de Israel, por causa do que Ele tem realizado.



ESFERA DE AÇÃO


Tudo indica que ele escreveu seu livro durante os reinado de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, e a parte final do seu livro (capítulos 40 a 66) durante o reinado do tirano Manassés. Portanto, os acontecimentos históricos registrados em Isaías abrangem um período de mais ou menos 60 anos.






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