sexta-feira, 3 de julho de 2009

CRISE NO SENADO, LULA ENTRA NA BRIGA PARA DEFENDER SARNEY

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirma que a renúncia do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), pode gerar uma crise "gravíssima", de "desfecho imprevisível" na qual "tudo pode acontecer". Reportagem do blog do Josias informa que, aos senadores da bancada petista, Lula defendeu o apoio a Sarney em favor da parceria estratégica entre PT e PMDB.

Após quatro horas de encontro no Palácio da Alvorada para debater a crise, os 11 senadores petistas reunidos para avaliar o apoio a Sarney mantiveram o impasse. Segundo o blog, cinco deles defenderam o licenciamento do presidente da Casa, a fim de isentar as investigações sobre as irregularidades do Senado.

Na manhã desta sexta-feira, Aloizio Mercadante (SP) e Ideli Salvatti (SC) darão uma entrevista coletiva para resumir o encontro. Um dos presentes no encontro afirmou que Marina Silva (AC), Eduardo Suplicy (SP), Augusto Botelho (RR), Fátima Cleide (RO) e Tião Viana ainda defendiam a saída do peemedebista.

Lula, acompanhado de Dilma Rousseff (Casa Civil) e Gilberto Carvalho (chefe de gabinete do presidente), afirmou que o PMDB é parceiro estratégico do PT e que a oposição usa Sarney como degrau para escalar sobre o governo. A partir disso, ele avalia que um desacerto com os peemedebistas comprometeria a "governabilidade" --e poderia arriscar o apoio do partido a Dilma em 2010.

Recuo petista

O resultado da conversa foi uma nova reunião marcada entre o grupo para deliberar sobre Sarney, na terça-feira (7). Nesta quinta-feira, Mercadante, que é líder do PT no Senado, defendeu a manutenção da aliança pela governabilidade --um dia depois de a bancada sugerir o licenciamento temporário dele da presidência por 30 dias.

Mercadante disse que a manutenção dessa proposta dependerá da orientação do presidente Lula. "É claro que o presidente influencia o partido e a minha combatividade está a serviço dele. E é claro que temos um compromisso com as conquistas deste governo, frutos de uma luta de 30 anos, e um compromisso com a governabilidade", afirmou.

"Isso não significa submissão ou enquadramento do partido, mas não me peçam um ato ingênuo, espontâneo que coloquem em risco a governabilidade, que passa pelo PMDB e pelo papel do presidente Sarney", disse Mercadante.

A guianada no discurso ocorreu depois que Sarney ameaçou renunciar. O presidente Lula, que estava no exterior, mandou um recado para o PT ao criticar os partidos de oposição que pedem o afastamento de Sarney. Lula disse que a oposição quer ganhar a presidência do Senado "no tapetão".

Após esse "enquadramento", o líder do PT no Senado disse que a crise não é só de Sarney e que tem que ser compartilhada por todos os 81 senadores. "Disse publicamente e quero repetir da tribuna: não me parece uma boa atitude a que estamos assistindo, por exemplo, a atitude da bancada do DEM [de pedir o afastamento de Sarney]. Estiveram na 1ª Secretaria, que tem uma imensa responsabilidade administrativa, durante todo o período em que estive nesta Casa", afirmou.

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