quinta-feira, 9 de julho de 2009

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09/07/2009 - 08h35
CPI da Petrobras divide aliados e alivia pressão sobre Sarney
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LETÍCIA SANDERVALDO CRUZda Folha de S.Paulo, em Brasília


A CPI da Petrobras dividiu ontem os partidos governistas, gerou embates e ameaças no plenário do Senado e, pelo segundo dia consecutivo, tirou do foco o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP). A decisão final sobre a instalação ou não da comissão ficou para hoje.


A mudança no clima sobre o funcionamento da CPI ocorreu depois que a oposição anunciou que iria recorrer hoje ao STF (Supremo Tribunal Federal) e obstruir a votação da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), o que poderia atrasar o início do recesso parlamentar.


Antes favoráveis a impedir o início dos trabalhos, PMDB, PTB e PP passaram a acenar com a instalação da CPI e pressionavam ontem à noite o PT a fazer o mesmo. Os três partidos chegaram a ameaçar colocar a comissão em funcionamento sem o apoio do PT.


O impasse levou a uma reunião de última hora entre líderes do PMDB, PTB, PT e do governo, depois que Sarney prometeu ao PSDB e DEM que iria trabalhar pela instalação da CPI. Ele fez o gesto na tentativa de retomar o apoio dos partidos da oposição e, com isso, sair do centro da crise.


Ao final da reunião, o líder do PT, Aloizio Mercadante, disse que será realizada hoje uma reunião com os líderes de partidos governistas para decidir se vão aceitar o início da CPI.


Além do risco de derrota no STF, pesou na mudança de posição o fato de, horas antes, o PT ter divulgado uma nota dúbia em relação ao futuro de Sarney. Os petistas pediram a licença do peemedebista, mas disseram que não iriam pressioná-lo por sua saída do cargo.


O PMDB avalia que, fechado um acordo sobre a CPI, poderá votar a LDO ainda nesta semana, abrindo espaço para o início antecipado do recesso. Com isso, esfriaria a pressão sobre Sarney. Os integrantes da comissão para investigar a Petrobras já foram indicados, mas até hoje não houve acordo para eleição de relator e presidente.


Ontem, a guerra em torno da CPI tomou o plenário assim que o líder do PT, Aloizio Mercadante (SP), anunciou que não tivera tempo de tomar uma decisão em relação à abertura da CPI, diferentemente do que havia prometido na véspera.


"Nós, da bancada do PT, não nos sentimos em condições de, isoladamente, encontrar um caminho para essa questão", disse o petista.


O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), reagiu: "Não há confusão nenhuma. Os três, quatro, cinco líderes do governo já têm decisão tomada", afirmou, acrescentando ter ficado "perplexo" com as palavras de Mercadante.


"Creio que a palavra empenhada está sendo desvalorizada. Não é um bom exemplo a partir do Senado, especialmente em um momento em que nos defrontamos com tantas críticas, justificadas umas e outras não", protestou o senador Alvaro Dias (PSDB-PR).


Os senadores Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Eduardo Suplicy (PT-SP) chegaram a bater boca no plenário, e foram separados por colegas. Mais tarde, fizeram as pazes

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