SEXO ANTES DO CASAMENTO
Carta: Recebi uma missiva de um jovem que diz o seguinte:
Ôla pastor Jeronimo. Tenho uma dúvida cruel acerca do casamento e do sexo antes do casamento. Vejamos:
O casamento é criação do homem, aquela rotina de sempre; "uma noiva vestida de branco e o noivo de terno preto". Anteriormente na criação do homem não havia este ritual. Porque da coibição do sexo antes dele?
Outro dilema que permeia meu pensamento é: se por ventura um cristão, com namoro fixo, respeitosamente vier a tomar sua namorada ou namorado diante do Senhor e apresentá-lo a ele pedindo suas bênçãos e houver entre ambos sexo, estará cometendo fornicação?
Creio que isso não somente povoa a minha mente, mas de vários adolescentes cristãos que namoram, será que seria viável ter no seu site algo a respeito do tema?
Para nós será de grande valia.
Desde já agradeço e aguardo resposta dentro dos padrões bíblicos.
Resposta:
Pastor José Jeronimo da Silva Responde:
Este tema é prá lá de complicado e espinhoso. Mas como você já deve ter percebido que não fugimos de complicações, muito menos de espinhos, então vamos falar sobre aquilo que recebi do Senhor em relação a estas questões.
Você tem razão em falar do ritual do casamento como coisas do homem. É verdade, o ritual "uma noiva vestida de branco e o noivo de terno preto" (hoje nem sempre preto e nem sempre branco), é uma invenção, cópia barata de uma burguesia que imitava a nobreza em sua pompa.
Mas o ritual é que é humano e ditado pelas sociedades, o casamento não.
O casamento foi instituído por Deus ainda no Éden: "portanto, deixará homem pai e mãe e unir-se-á à sua esposa...".
O casamento é instituído por Deus e é claramente definido. Acontece quando o homem e, claro, a mulher, deixam pai e mãe, ou seja, os vínculos de dependência, sejam de que natureza forem, que tinham, seja com quem for, e se unem para formar uma nova família.
Quando se estabelece este "deixar" e "unir-se", cada sociedade de acordo com suas crenças irá criar seu ritual. Na Índia será de uma forma, no Brasil de outra, mas a cerimônia ritual nada mais é do que o eco social de uma realidade espiritual estabelecida desde os primórdios.
Portanto, enquanto o "deixar" e "unir-se" não se estabelecer como verdade para os noivos e para a sociedade que os rodeia, não há casamento, isto espiritualmente falando. Quando digo que tem que o casamento tem de se estabelecer também para a sociedade, falo isto porque não existe nada sem que se assuma publicamente seus atos.
Conheço gente que diz que escondidinhos são casados. Isto é falácia. Se não tem coragem de assumir claramente e publicamente as conseqüências dos seus atos, então não é casamento. É um "deixar" de mentirinha, pois nenhuma das pessoas evolvidas em seus laços anteriores ficará sabendo que agora há um novo laço que passa a se sobrepor sobre os outros. É a justificativa para transar antes do casamento, sem sentir o peso da consciência.
Assim, a coibição da relação sexual antes deste momento é totalmente pertinente neste aspecto.
Agora, quanto á questão do sexo em si. O que vejo é que há muita confusão entre todos. Muitas vezes esta questão chega a ser tratada como se fosse a única que define a espiritualidade de uma pessoa, como se fosse o único pecado que um casal de namorados pode cometer. E não o é.
Na época em que o mandamento que condena a fornicação foi dado, a relação sexual representava risco iminente de uma gravidez, e isto era um risco para a criança a nascer, e para a mãe que sofreria todos os estigmas e preconceitos. Era um mandamento que visava um fim específico.
Além disso, as mulheres casavam-se cedo, por volta dos quinze anos e até menos. Sequer haviam aprendido sobre seu corpo e já estavam casadas e muitas vezes com o filho que aparecia logo nos primeiros tempos de casamento. Logicamente a relação sexual era mais tormento do que realização para a maioria das mulheres àquela época.
Hoje o quadro é bem diferente. Relação sexual nem sempre significa risco de gravidez, a mulher aprendeu a exigir também o seu quinhão de prazer na relação e casa-se muitas vezes próximo aos 30 anos ou mais, passando por um grande período de desenvolvimento de desejo sexual que antes não havia. É uma realidade social totalmente diferente.
No entanto, a Palavra não é refém das sociedades nem das épocas. Na Graça aquilo que era lei torna-se princípio. Portanto, sexo só após o casamento continua sendo o ideal de Deus. Há bênção, sim, para aqueles que se guardam até o momento certo. Cada um deve avaliar sobre suas responsabilidades perante o Senhor.
Há um princípio e o Senhor sempre se alegrará naqueles que buscam segui-lo e isto é imutável, pois é claramente assim estabelecido na Palavra. Não há condenação para aqueles que não conseguirem por um motivo ou outro manter-se casto, pois nunca será por obras de justiça que alcançaremos o favor de Deus.
A nossa vida cristã não pode ser regida por medo, pois o perfeito amor sempre lançará fora todos os medos. O que devemos ter sempre em mente é que a liberdade que a graça nos concede não é livre trânsito para dar ocasião a sermos dominados pelas paixões e isto é ato de amor a Deus.
Transar ou não transar, não é a questão mais importante. O que está em jogo é fidelidade ao Senhor, o que está em jogo é você e seu coração perante Deus e perante você mesmo.
Deste modo, avalie todas as coisa, examine tudo e caminhe na liberdade que Deus lhe deu. Liberdade, sem ser dominada nem escravizada por paixões que vão e vêm.
Vale o ensino de Paulo: "Todas as coisas me são lícitas, mas não me deixarei dominar por nenhuma delas".
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